sexta-feira, dezembro 23, 2005

COMEÇO DUMA REALIDADE QUE ESCAPE DA UTOPIA

Habitei o limiar do tempo
estando nesta parada
sem bravura das ondas
do destino incerto
em perene orbitação
escorrendo distante
longe da pátria
aquilo que sinto
aquilo que vejo
e que são justas e honradas marcas
que só um filho possa cunhar
sob égide de "obulum"
porquanto a mãe guiné
convalescendo sonha a esperança.
Aqui fico para fruir e vergastar
em cariz meramente patriótico.


Da autoria: Avelino Gomes Costa

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Creolo... A minha língua

A multiplicidade étnica que existe na guiné, é um bem comum, uma dadíva de Deus, quando juntos conseguirmos fazer desta diversidade uma mais valia. Esta harmonização e aproximação de todo este mosaico cultural presente na guiné-bissau, deveu-se literalmente a língua creola. Esta língua "moderna" guineense conseguiu ser o elemento transversal e catalizador no combate a um tribalismo exacerbado que se tenta implantar, com o intuíto de conseguir dividendos políticos. O creolo é o UNO dos guineenses, é a língua que a priori elimina todos os eventuais complexos que hipoteticamente pode existir entre os diferentes grupos étnicos. Os varios estudos feitos e divulgados sobre esta materia, constitui sem dúvida a prova do interesse de muitos estudiosos da literatura guineense.
Este creolo de muita paixão nas escritas poeticas de Ndongle Akudeta, nos sons das recitas de poesia de Felix Sigá, e nos cânticos de Tina e de Mandjuandadis, de Esperança de Bandé, Netos de N'gumbé, Maron di Mar...é a principal riqueza do povo guineense. É a arma estratégica mais éficaz utilizada na conquista da independência pelos nossos herois nacionais. O lema da República ( Unidade-Luta-Progresso), efectivamente vincou, porque a língua de comunicação utilizada, o creolo, na transmissão de mensagens através do metodo, boca-a-boca, permitiu muitas vezes a difusão atempada das informação dos guerrelheiros do PAIGC duma zona para outra.
Questiona-se hoje em dia, o porquê da não oficialização do creolo, como uma das línguas de ensino na Guiné-Bissau, o qual não sou, para já apologista, visto tratar-se duma matéria do processo ensino-aprendízagem. Julgo precisar de antemão dum estudo mais aprofundado e experimentado. Por isso é salutar a constituição duma equipa credível de investigadores para o estudo supra-citada.
O creolo romantista e fascinante, nas escritas e leituras dos poetas e pensadore guineenses, que enaltece o poderio filosófico do povo guineense, em interpretar o mundo nos seus multiplos aspectos e dimensões, integralmene baseado no seu conhecimeno para o bem comun. O creolo existe e viverá, com os seus propositos e identidade.
Este creolo, a minha língua, na guibandadi dos meus pais e, no orgulho de ser a minha língua diária de correspondência com os meus camaradas.

domingo, dezembro 18, 2005

Guiné-Bissau: Desintegração da Família

O elevado nível da vulnerabilidade sócio-económico numa determinada sociedade, cuja as normas de conduta social é relevado ao segundo plano, mesmo existindo condições para o inverso, constitui um handicap na elevação e afirmação da mesma.
Assiste-se a olho nú, uma derrocada sem precedente da estrutura familiar, com repercusões negativas a todos os níveis de sociedade, independentemente do estatuto social.
Infrenta-se uma sobreposição material ao moral e intelectual, cujo o resultado vem complicar fortemente a transformação social e os seus valores. Não se trata de observações meramente fortuita, visto que os processos de transformação social frequentemente tomam a forma menos boa, que não costumamos associar as mudanças sociais positivas. Apesar de tudo, esta é a nossa realidade, o nosso mundo, na contraditoria pluralidade, é o que temos de compreender, encarar necessariamente e superar.
Efectivamente, esta desintegração familiar atingiu nível altamente preocupante, cujas consequências, são evidentes. As implicações destes males sociais no núcleo familiar que, a priori se apresenta degradado, não encontrou evidentemente resistências, tendo em conta a perda da autoridade moral dos país, hipotecada pela fraca poder de compra, são graves. Para ser mais exacto e numa analise teórica desse desenlace, creio ser mais adequado, para fins de coerência, que, a situação sócio-político e económico do país contribuíu directamente para o que se assiste passivamente na guiné.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Nha Boca ka Sta La

" Nao busco entender para crer, mas sim creio para entender".
Os desáfios deste mundo que se pensa "globalizado", não faz convite - nem sei se fará um dia - a resignação, muito menos para à auto-exclusão.
O titulo que se propôs, para a reflexão, requer uma analíse ponderada do seu impacte "negativo" para a tão coesão nacional que tanto almeja os guineenses.
A responsabilidade nacional, atinge o seu auge com a atitude posítiva de cada um, dentro da sociedade em que é circunscrito. O "Nha boca ka sta la", esta desenquadrado, perdeu-se completamente o sentido. Pois, a situação porque passa este país, precisa de contribuição de todos, sem insulto, sem guerra e muito menos com a arrogância, mas sim com muita humildade, determinação e organização para o virar da pagina, tendo em conta sempre, o savoir faire de cada um.
A Guiné-Bissau, depende dele mesmo para a sua afirmação e conquísta, bastando para isso uma organização interna que permite galvanizar e encorrajar aquele povo imbuído de esperança, à trabalhar rumo ao desenvolvimento...

terça-feira, dezembro 13, 2005

Nha Mantenhas

O espaço que ora se cria, basear-se-a fundamentalmente na reflexão sobre a Guiné-Bissau, tentando trazer ao de cima de tudo um pouco que existe naquele país e não só. Iremos tentar regularmente abordar neste fórum, temas ligado a cultura, educação, política, economia e ambiente.

Pretendemos com este espaço, um debate sério e aberto, na busca de soluções para os grandes problemas com que a Guiné-Bissau depara.

Acreditamos vivamente que é possível mudar o rumo dos acontecimentos naquele país, através de diálogo. É preciso criar mais espaços para trocas de ideias e pensamento, com críticas constructivas em pról dum desenvolvimento sustentado.